Guerra: saiba qual é o potencial ofensivo dos arsenais de Israel e Irã
Israel e Irã estão entre as nações com os exércitos mais poderosos do mundo. O novo conflito teve início nessa quinta-feira (12/6)
atualizado
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Israel e Irã entraram, nessa quinta-feira (12/6), em mais uma fase do conflito que se arrasta há décadas. As Forças de Defesa israelenses realizaram ataques aéreos contra dezenas de alvos em território iraniano, incluindo a capital, Teerã.
O governo israelense afirmou que a ação teve como objetivo impedir o avanço do programa nuclear iraniano, considerado por Tel Aviv uma ameaça iminente.
Um dia depois, nessa sexta-feira (13/6), o Irã respondeu com o lançamento de dezenas de mísseis balísticos contra o território israelense. A situação intensificou as tensões entre os dois países e, sobretudo, trouxe à tona questionamentos sobre o poder bélico de cada um.
Escalada do conflito
- Depois de diversas ameaças, Israel lançou o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã. O foco da operação foram instalações nucleares do país, assim como locais onde estavam líderes militares e cientistas nucleares.
- Ao longo da semana, a retórica militar entre os dois países aumentou. Há alguns dias, o governo iraniano afirmou que atacaria Israel caso seu programa nuclear fosse atingido.
- O principal objetivo da ação, segundo o governo israelense, é impedir que o Irã consiga construir uma arma nuclear.
- Como resposta à operação israelense, o Irã lançou um exército de drones contra o território de Israel.
Capacidade militar de Israel
Israel possui uma das forças armadas mais tecnologicamente avançadas do Oriente Médio. Seu arsenal aéreo conta com cerca de 340 caças de combate, incluindo modelos de última geração como os F-35, F-16 e F-15, fornecidos pelos Estados Unidos.
No campo da defesa, Israel dispõe de sistemas considerados de ponta:
- Domo de Ferro, especializado em interceptar foguetes de curto alcance;
- Seta, voltado para mísseis de longo alcance;
- Viga de Ferro, mais uma camada de proteção contra ameaças aéreas.
Além disso, Israel integra um grupo de países que possuem armas nucleares, com um arsenal estimado em cerca de 90 ogivas.
O orçamento militar israelense alcançou US$ 19,4 bilhões em 2022, com um efetivo de 169,5 mil militares na ativa, 35 mil paramilitares e 465 mil reservistas prontos para mobilização.
Força militar do Irã
O Irã tem o segundo maior efetivo militar do Oriente Médio, com cerca de 610 mil soldados ativos, 220 mil paramilitares e 350 mil reservistas. O orçamento de defesa, em 2022, foi de aproximadamente US$ 44 bilhões, mais que o dobro de Israel.
Apesar da frota aérea ser numericamente significativa, com 273 caças, o Irã opera, em grande parte, com aeronaves antigas, muitas de origem soviética. Essa limitação, porém, é compensada por outras áreas de sua capacidade militar.
O país possui uma expressiva quantidade de veículos de artilharia e lançadores de mísseis, com uma vantagem de 13 para 1 em relação a Israel nesse tipo de armamento. Além disso, o Irã tem investido no desenvolvimento de drones de ataque, com destaque para modelos como o Shahed-136 e o Mohajer-10 que vêm sendo usados em diferentes frentes no Oriente Médio.
Preocupação com a ameaça nuclear
Para Israel, o programa nuclear iraniano representa a maior ameaça à sua segurança — e foi isso que motivou os ataques dessa quinta-feira (12/6). Segundo o governo israelense, o Irã já acumulou urânio enriquecido suficiente para fabricar entre nove e 15 bombas nucleares, sendo que um terço desse material foi produzido apenas nos últimos três meses.
Em março de 2023, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o Irã estava enriquecendo urânio em níveis próximos ao necessário para uso militar.
Um dia antes da ofensiva israelense, o Conselho de Governadores da AIEA censurou o Irã por falta de cooperação com os inspetores internacionais. Como resposta, Teerã anunciou a criação de uma terceira unidade de enriquecimento de urânio.
O governo iraniano nega as acusações e afirma que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos.
Décadas de conflito
A rivalidade entre Israel e Irã ganhou força após a Revolução Islâmica de 1979, quando o novo regime iraniano rompeu relações com Tel Aviv e ou a adotar uma postura abertamente hostil ao Estado israelense. Antes disso, os dois países mantinham relações diplomáticas e o Irã foi o segundo país islâmico a reconhecer Israel.
Após a revolução, o Irã se tornou um dos principais apoiadores de grupos como o Hamas e o Hezbollah, ambos considerados inimigos de Israel.
A partir daí, os dois países aram a protagonizar uma série de confrontos indiretos, numa dinâmica muitas vezes chamada de “guerra nas sombras”, com operações secretas, ataques cibernéticos e ações militares pontuais.